sexta-feira, 4 de novembro de 2011

As máquinas da minha Vida


Uma rapariga igual à minha máquina de café.
A minha é uma versão mais simples, não
tem aquele bracinho para a água sobe pressão.
É 'tan linda! ;)


Tudo começou quando a minha carrinha se suicidou.

Não sei bem porque é que ela o fez, julgo que andava triste, tinha saudades do antigo dono. Notei a diferença nela assim que a comprei.
Não aguentou a perda e fez por falhar a curva. Mas era tão boa rapariga que fez por não bater em mais nenhum carro e conseguiu colocar-se à beira da estrada, sem perturbar o trânsito.
Tenho saudades dela.

O computador é em segunda mão. Tenho-o porque houve uma alma caridosa que me o emprestou temporariamente para sempre. O bicho é bom. Apesar de já ter uns anos tem tudo o que os outros têm. Devia actualizar-lhe o software. Começa a falhar em tarefas simples.
Caiu uma vez do meu colo, partiu-se de lado, o ex-dono dele ajudou a que a peça não voltasse a encaixar. Acontece.

O meu telemóvel. Que entre amado e odiado, safou-se de ser atirado de um quarto andar várias vezes, começou a implicar com certas pessoas. Na verdade, acho que ele implica é comigo, afinal, dá-se ao luxo de só não receber mensagens de quem é importante para mim. A nossa relação não tem sido fácil, julgo que ele está a chegar ao ponto de ruptura. Pobre coitado, a culpa é minha, acabei por descarregar a raiva nele, quando ele não tinha culpa nenhum. Nenhuma máquina merece.

Por fim, a minha torradeira deu o grito do Ipiranga. Cansou-se de torrar, de ficar para ali a aquecer-me as tostas. Ela trabalhar, até trabalha, mas tenho de estar a carregar no botão para baixo. Já não se aguenta nas “pernas”.

Felizmente, a máquina do café parece de boa saúde. Ainda não se queixou. Eu digo-lhe frequentemente que ela é muito importante para mim e que se não fosse ela, haveria dias muito difíceis de aguentar. É uma querida, fica toda contente cada vez que lhe dou atenção. Esmera-se quando tenho visitas. Esforça-se sempre para tirar o melhor café possível.

Sem a carrinha vive-se bem, sem computador é possível e sem telémovel até seria um alívio. Agora, sem torradas e café é que a minha vida se torna muito complicada!!!
Vou ter de substituir a torradeira e continuar a mimar a máquina do café.